quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Convite Exposição Galeria Archidy Picado "Arte em Projeção" parceria com UFPB




          Propondo a elaboração de projetos artísticos inauguramos essa exposição, como resultado

de atividades desenvolvidas no semestre 2011.2 na disciplina Projeto Artistico II. Essa disciplina é

ofertada pelo curso de Artes Visuais da Universidade Federal da Paraiba e tem como objetivo motivar

a construção de projetos de criação artística, culminando em adequar as propostas individuais dos

participantes ao espaço expositivo da galeria através de uma exibição coletiva. Por meio dessa

exposição, realizada em parceria entre a FUNESC e a UFPB, buscamos divulgar uma mostra da produção

que vem sendo desenvolvida no curso de licenciatura em Artes Visuais de nossa universidade.

         O corpo de trabalhos apresentado demonstra a pluralidade de meios e linguagens expressivas,

visto que alguns dos participantes já vem percorrendo uma trajetória artistica, enquanto outros estão

iniciando investigações nesse campo. Entre os participantes observamos o trabalho de Adriana, que se

propõe à construção de formas tridimensionais, utilizando papel como material para elaboração de seus

projetos, contradizendo a própria rigidez formal de suas peças. Em Lupus Lupi (...), cujo tema reflete a

sua proposta no trabalho, Américo vem explorando um projeto de desenho de animação aonde ele

estabelece um paralelo entre os processos cíclicos envolvidos na vida e que se estendem ao cotidiano e

seu processo de criação. Para essa exposição Américo “desenha” sobre a parede da galeria utilizando o

próprio material (storyboards) produzido na criação do trabalho de animação.

         Já Antonio sobrepõe ao espaço da galeria conceitos que vem explorando em outros contextos

e trajetórias artísticas. Nesse sentido uma arrojada construção formal se alinha ao conceito implícito

na representação de um conjunto de lápides dispostas em diferentes circunstâncias. Nessa exposição

em específico, Antonio substitui o material utilizado em outras experiências (o concreto) por uma peça

criada em poliuretano. Ao colocar a lápide sobre um pedestal ele traz de volta a antiga discussão entre a

obra e seu contexto de inserção.

         Bertrand, por sua vez, propõe uma reflexão sobre memória e modernidade, intervindo em

um prédio público no centro da cidade de João Pessoa. A sede do INSS, construída em uma concepção

arquitetônica moderna, se transforma em uma fonte de material inesgotável, onde a memória

impregnada no prédio e dos “objetos” utilizados em seu funcionamento se transformam em uma

rica fonte de materiais. Inseridos em um novo contexto através de “assemblages”, aqueles objetos

apropriados por Bertrand constróem novos sentidos em seus trabalhos.

         Victor explora a geometria de edifícios que se aglomeram no panorama urbano. Sua

investida inicial decorreu de uma análise reflexiva sobre as contradições dos processos de urbanização

a partir da observação de construções em sítios de periferia onde a precariedade do material e da

ordenação das edificações participam das tensões que envolvem problemas relacionados ao panorama

social.

        Karlene Medeiros faz uma incursão sobre um tema instigante envolvendo memória e

esquecimento. Nesse sentido, os materiais dialogam em um processo reflexivo, buscando através

da imagem de superfícies “espelhadas” a contrapartida em um universo de subjetividades que

sofisticadamente criam formas através de silhuetas nas paredes da galeria. E, finalmente, observamos

o trabalho de Tatiana onde o rico colorido das estamparias em chita invadem as paredes com seus

vermelhos, amarelos e azuis saturados. Nesse sentido, o trabalho flui se ramificando na parede da

galeria, estabelecendo um diálogo entre a cultura popular e o ambiente formal do espaço expositivo.


Maria Helena Magalhães


Profª. do Departamento de Artes Visuais da UFPB