segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Cordel de Paulinho Nó Cego


Recebi de Paulinho Nó Cego cordel de sua autoria sobre tema que é uma das grandes preocupações da atualidade, no mundo inteiro e no Brasil em particular.
Parabéns ao poeta por se dedicar a questão relevante.
Paulinho Nó Cego é jornalista e compositor. Poeta popular Cordelista nascido em Pedreiras
   do Maranhão, terra de João do Vale. É membro fundador da Akademia dos Párias em São Luís. Quem quiser entrar em contato com ele, pode fazê-lo através do e-mail paulo.nocego@yahoo.com.br
Segue o Cordel.



O GOL CONTRA DO CRACK
Paulinho Nó Cego

Amigos eu conto agora
Uma história sem igual 
É o gol contra do crack
Hoje, um tema nacional
A droga vem destruindo
E só a gente se unindo
Prevenindo contra o mal

Por isso peço a palavra
Pois o assunto é sério
Vamos prevenir os jovens
Nas famílias, nos colégios
E falar porque é fato
Evite ter o contato
Crack leva ao cemitério

Afirmo e isso é verdade
Nas cidades é uma loucura
Já vendem crack nas feiras
Parece até rapadura
Mas quando é inalado
O jovem fica viciado
O que era doce, amargura

E na luta que almejo
Versejo com inspiração
O ensejo se desenvolve
Ao jovem mais atenção
O crack é uma ferida
Que corrói, destrói a vida
Essa droga é do cão

Os pesquisadores afirmam
Que o crack é diferente
Em oito segundos vicia
É pior que aguardente
Os sintomas: baixo astral
Sem senso do que é moral
Torna um ser deprimente

Quem tem alguém viciado
Na família, algum parente
Sabe o que estou falando
E a dor que a gente sente
Tudo poderia ser evitado
Se não tivesse aceitado
“Pega, é bom, faz tua mente”

Se te oferecerem a pedra
Pondera! A droga é à toa
Dá mal estar, calafrio
Se desconhece a pessoa
Causa tanto prejuízo
Destrói o cérebro, o juízo
A coisa não é mesmo boa

Diga não para o convite
Não entre nessa cilada
Quem fuma crack, acredite
Permite-se a vacilada
Seja então inteligente
Quem fuma fica doente
O crack não está com nada

Tenha uma vida decente
Estude, se profissionalize
Tenha um objetivo na vida
Não cometa esse deslize
Não caia no precipício
Amigo, saia do vício
E viva dias felizes

Pois o viciado em crack
Não pára de consumir
Se tiver dinheiro gasta
Se não tem vai conseguir
Assalta, rouba a família
Entra em gang, quadrilha
O fim do túnel é isso aí

Por isso estou avisando
E quem avisa amigo é
Não entre nessa do crack
Não dê uma de Mané
Dê preferência ao estudo
O crack destrói com tudo
Seja forte e tenha fé

Não vá mais à cracolândia
Largue a turma do sinal
Jogue fora seu cachimbo
Esqueça esse pessoal
Durma, pense e se alimente
A vida pertence à gente
O crack só faz o mal

Falo porque o crack 
É a droga da destruição
Acaba a vida em meses
O drogado perde a razão
Passa noites perambulando
E a família lutando
Sem encontrar solução

Já pensou numa campanha
Onde todos participassem
Esclarecendo cada jovem
Do país de toda classe
O crack não é só do pobre
O rico viciado encobre
Está estampado na face

Existem organizações
Onde o trabalho é reforçado
Estão em todo o país
Recuperando os drogados
Mas ainda é muito pouco
O crack está no topo
Por onde tem se espalhado

Vamos dizer aos jovens
O crack só causa o mal
Quem fuma crack não é craque
É um grande perna de pau
Tenha força se lhe afronta
O crack fez um gol contra
De status nacional

Gol contra a dignidade
A fraqueza do cidadão
Saia do vício seu Zé
Tenha fé, ó meu irmão
Com o crack não tem forte
O crack só leva à morte
Sem sorte de salvação

É triste ver nas cidades 
A coisa é assustadora
O dependente de crack
Tem morte avassaladora
Tranca o pulmão do cara
Fica magro que nem vara
Quem disse foi a doutora

Também disse que o crack
Causa trauma e sofrimento
Quantos jovens se matando
Sem ter o discernimento
Pegam a onda errada
Na vida não vivem nada
Morrem a todo momento

Os sintomas que ele causa
Já me contou um drogado
Boca seca, muita sede
Doidinho por outro trago
Sugestionado ao extremo
Vê quem ele não está vendo
E o coração acelerado

Se todos dissessem não
A essa droga maldita
Evitaríamos mais mortes
Diminuiríamos as listas
Nas capitais nas cidades
Jovens de várias idades
Sairiam das estatísticas

Famílias são destruídas
Seus filhos vão morrendo
Nós somos a sociedade
Enxergamos mas não vemos
Será que o jovem drogado
Não pode ser ajudado
Ou não é isso que queremos?

Tem tratamento ao drogado
Muita gente nessa lida
Instituições e Igrejas
A sociedade envolvida
Até o governo federal
Já liberou seu aval
Vamos salvar essas vidas

Juntas: políticas de saúde
A sociedade organizada
Campanhas contra as drogas
Polícia e Forças Armadas
As Igrejas, os Institutos
Se evitaria mais lutos
Mais vidas recuperadas

É morte e vem prematura
O jovem não curte nada
Eu era feliz com Ritinha
Vítima dessa cilada
Seis meses usando crack
Morreu de súbito ataque
Não aguentou a parada

Quem é gordo fica magro
O Crack faz bagaceira
Eu namorava uma moça
Jeitosa toda faceira
Mas se viciou em pedra
Ficou magrinha, amarela
Só pele numa caveira

Começou a roubar objetos
Pequenos furtos  fazia
Queria sempre comprar
Fumar crack noite e dia
Quando não estava internada
Vagava nas madrugadas
A polícia já a conhecia

Não demorou seis meses
Perdi minha namorada
Ritinha ficou tão feia
A boca toda queimada
Não ouviu velhos conselhos
Procurou viver no meio
Teve a vida exterminada

Eu perdi minha Ritinha
Pra droga da maldição
Ela se chama “CRACK”
Seu nome: contradição
Craque pra mim é Romário
Ronaldinho Gaúcho, Nazário
Messi, Neimar, Zico e Tostão

Toda a sociedade
Tem que ter esclarecimento
O dependente químico
Precisa de tratamento
Pra tudo tem solução
Vamos ajudar o irmão
A sair desse tormento

Jesus mesmo que disse
No mundo tereis aflição
Amai-vos uns aos outros
Nós todos somos irmãos
Ajude quem mais precisa
É isso que nos realiza
E faz bem ao coração

No mundo tem desespero
Todo mal já se tem visto
É guerra, é o narcotráfico
É trágico ver tudo isto
O mundo está doente
Porque toda essa gente
Não tem procurado CRISTO.


Fonte: http://mundocordel.blogspot.com.br/