sexta-feira, 3 de maio de 2013

BARRO DO AGRESTE






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O barro tem sua história

E atravessa gerações

Inda hoje é encontrado

Porém em decorações

Ou nas feiras nordestinas

Que seguem velhas rotinas

Preservando as tradições.

*

Quem no nordeste nasceu

Quem no interior morou

Bebeu água de cacimba

Do caneco não escapou

Era gente sem fricote

Que bebia água de pote

E não nega que tomou.

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Tomei água de quartinha

Penico cheguei a usar

Nossa louça era lavada

Dentro de um alguidar

O café era torrado

Em um caco apropriado

Costume do meu lugar.

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Recordo a velha tacha

Nos banhos do meu rincão

Uma vasilha de barro

Que colocada no chão

Pro banho da meninada

De água era abarrotada

Puxada do cacimbão.

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Era a panela de barro

Que cozinhava feijão,

Nela hoje inda se faz

Peixe cozido e pirão

Procuro na minha mente

E trago para o presente

Costumes do meu sertão.

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Eu também fui modelada

Neste barro nordestino

Onde enterrei meu umbigo

Plantando assim meu destino

Viver distante do agreste

Sendo barro do Nordeste

Confesso não me imagino.

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Texto e foto de Dalinha Catunda